Redesign: o antes x depois que mudou a história de grandes marcas [parte 1]
Se você ainda se questiona sobre a relevância de investir em design, vem descobrir como as maiores marcas do mundo mudaram o rumo das suas histórias (e de toda a cultura pop) quando decidiram repensar o design dos seus logos.
1. Apple
O primeiro logo da Apple era bem antiquado e nem parecia se tratar de uma empresa de tecnologia. Era ruim. E Steve Jobs sabia disso. Em 1977, Jobs contratou Rob Janoff para modernizar a marca, nascia ali o icônico símbolo da maçã mordida e colorida.
Evolução do logo da Apple ao longo dos anos.
Jobs sempre foi o cara do minimalismo e ao longo dos anos foi simplificando cada vez mais o logo. Essas mudanças acompanharam o design dos produtos, representando não somente a comunicação visual da empresa, mas também sua visão corporativa e filosofia.
Ele ficou fora da Apple entre 1985 e 1977 e voltou porque a empresa estava em declínio. Com a sua mentalidade inovadora, o retorno significou uma nova transformação. Foi quando tirou a palavra apple e reduziu o design ao símbolo da maçã. Uma decisão disruptiva que demonstra como a Apple sempre deu as cartas da sua trajetória, criando tendências e moldando o que se tornaria padrão no setor.
Evolução do logo da Apple ao longo dos anos.
Não tem como falar de Apple sem pensar em design. Suas escolhas estéticas refletem os valores, as mudanças e a sensibilidade única de escrever o futuro.
Para Jobs, a “Simplicidade é a sofisticação máxima.” E eu concordo com ele!
2. Starbucks
O primeiro logo da Starbucks era monocromático e tinha a expressão: Fresh Roasted Coffee, pois a empresa também vendia café torrado em grãos. A figura mítica da sereia representa a sedução saborosa do café.
O rebranding veio em 1987, a partir de transformações profundas em todo o marketing e na estrutura corporativa da empresa. O objetivo era se tornar global e, para isso, a sereia teve os seios cobertos. O logo ganhou cor e o nome ficou apenas: Starbucks Coffee.
Evolução ao longo dos anos do logo da Starbucks.
Até hoje o design do logo carrega a essência de 1987, recebendo atualizações pontuais para adquirir modernidade.
Para construir uma relação genuína com o consumidor, as mudanças precisam ir além do visual. A Starbucks praticamente criou a experiência do “café aesthetics”, servindo bebidas em copos bonitos e práticos, com o nome do cliente escrito — é irresistível não fazer uma foto, não é? Além disso, suas lojas são acolhedoras, com espaços confortáveis para que você deseje passar um tempo longo e não apenas uma pausa rápida. Mesmo com estruturas diferentes, todas as lojas possuem os mesmos elementos. Não importa se você está em São Paulo ou Tóquio, a Starbucks é um lugar de pertencimento e familiaridade.
Um dos seus anúncios dizia:
“De agora em diante, não nos referimos a você como um latte ou um mocha, mas como seus pais pretendiam – pelo seu nome. É só uma coisa pequena. Nós somos a Starbucks. Prazer em conhecê-lo.”
3. McDonald’s
A McDonald’s é um dos exemplos mais emblemáticos de como um logo pode evoluir e representar o crescimento de uma empresa ao longo de décadas.
O primeiro logotipo era focado no serviço drive-in de churrasco, não existia ainda o fast food. A hierarquia das informações era desequilibrada, com mais destaque para a palavra “barbecue” do que para o nome “McDonald’s”.
Evolução do logo da McDonald’s ao longo dos anos.
Em 1953, o estabelecimento passou a se chamar somente “McDonald’s” e mudou o foco para a venda de hambúrgueres, batatas fritas, e milkshakes. Este rebranding pavimentou o caminho da gigante do fast-food.
Os icônicos arcos dourados surgiram a partir de 1960 e retratavam a arquitetura dos restaurantes. Desde então, o design do logo seguiu a trajetória de refinamento e adaptação que grandes marcas precisam fazer para se manterem relevantes.
Evolução do logo da McDonald’s ao longo dos anos.
A fonte foi ganhando destaque e priorizando a leitura fácil e rápida. Os arcos se tornando cada vez mais simples e reconhecíveis. Essa simplificação acontece de mãos dadas com o reconhecimento universal da marca, a medida que a empresa se solidificou no imaginário popular, os seus traços ganharam características minimalistas que ajudaram a criar conexões mentais imediatas.
4. Mastercard
A primeira vez que os círculos apareceram no logo da Mastercard foi em 1968, quando a então ICA mudou seu nome para Master Charge. A marca apostou em cores e formas geométricas ousadas no segmento, se diferenciando das concorrentes.
Evolução do logo da Mastercard ao longo dos anos.
O estúdio de design mundialmente famoso, Pentagram, disse sobre o logotipo inicial:
“As formas sobrepostas expressam sem esforço a ideia de conexão, enquanto as formas circulares básicas sugerem inclusão e acessibilidade, chave para a mensagem da marca Mastercard de 'possibilidades inestimáveis.”
Evolução do logo da Mastercard ao longo dos anos.
A evolução do seu logo manteve o DNA da marca, realizando ajustes para acompanhar o avanço da empresa no mercado mundial e funcionar em diversas plataformas digitais e offline.
Podemos concluir que marca é um ser vivo e deve se transformar para evoluir. As maiores marcas do mundo sabem do valor que esse ativo possui e estão sempre avaliando suas identidades para acompanharem as necessidades das mídias atuais.
Para todas, o design foi essencial porque:
Comunicou valores
Criou conexão emocional
Adaptou-se às mudanças
As tornou memoráveis
O design não é apenas estética, mas uma ferramenta estratégica poderosa para transformar negócios e construir legados duradouros.
